
Quando eu estava na terceira série, minha irmã do meio (que na época tinha quase 15 anos) estava terminando de ler um livro que se chamava O Pequeno Príncipe. Perguntei para ela que livro era aquele e se era legal, mesmo achando ele meio grande (ah, que inocência! hahaha). Ela me disse que era um livro que o nosso pai tinha emprestado para ela e que eu deveria ler uma vez em cada fase da minha vida – uma vez quando pequena, uma vez quando adolescente etc.
Fiquei curiosa e fui questionar minha outra irmã e meu pai, se eles também tinham lido. Ambos disseram que sim e repetiram a mesma coisa: que eu deveria ler 1 vez em cada fase da minha vida. A pequena criança aqui, que ainda não gostava muito de ler, foi lá enfrentar o desafio de ler O Pequeno Príncipe e ver porque todo mundo falava isso.
Eu demorei quase 1 mês pra ler, sério. Quando terminei, achei legalzinho, não entendi muito bem, mas fiquei encantada com os desenhos e como o principezinho descrevia cada um deles. Quanta criatividade! Me lembro de ter ficado inspirada com os desenhos, e que a parte que eu mais gostava era a que aparecia a raposa fofinha.
A próxima vez que fui ler esse livro foi quando eu estava na oitava série. Li em 2 dias (olha que progresso!), e fiquei, de novo, apaixonada pela história! Já entendia melhor o que o principezinho queria dizer em suas divagações, porque a parte da raposa é uma das mais importantes do livro, e como a Rosa simboliza uma pessoa na nossa vida.
Quando li O Pequeno Príncipe mais uma vez, foi quando ele me marcou muito e eu entendi o que meu pai e minhas irmãs falaram sobre ele. Foi no meu segundo ano do ensino médio, logo após eu sofrer uma perda enorme na minha família. Reli em 1 hora, praticamente. Chorei horrores. Isso porque nem tem o que realmente chorar nesse livro, né? (Sqn).
Eu vou corrigir o meu pai e minhas irmãs: esse livro a gente deve reler sempre que começar a se esquecer de como é ser criança, sempre que a gente se sentir engolidos pela nossa rotina, sempre que “o mundo real” parecer real demais. Ele tem uma reflexão e um pensamento tão poderosos, que a gente consegue compreender coisas novas em cada releitura que fazemos.
Quando lemos uma vez, somos o principezinho – inocentes, dependendo do amor de alguém, procurando voltar para casa. Em outro momento nós somos o aviador, perdidos no mundo e tentando encontrar sentido na vida. Às vezes nós somos a rosa, não enxergamos os sentimentos dos outros e valor que eles têm para a nossa vida. Também podemos ser a raposa, solitários em busca de alguém para amar e fazer companhia.
Enquanto escrevia esse texto, pesquisei e vi que O Pequeno Príncipe é uma das obras literárias mais traduzidas do mundo. Acho que é justamente porque todos os seus personagens se traduzem em nós, em algum momento de nossas vidas. A gente sempre tem alguma identificação maior com algum personagem toda vez que lemos e relemos.
Então se você nunca leu O Pequeno Príncipe, está na hora de dar uma pausa e ir ler agora. Se você já leu, assim como eu, vamos lá reler mais uma vez? Quem sabe a gente não aprende uma coisa nova de novo! E depois que você ler, comenta aqui a sua frase favorita do livro 🙂